sexta-feira, 3 de abril de 2009

BESTEROLOGISTA, PODE!




Os Doutores da Alegria se dizem especialistas em besteirologia, 'uma área da medicina que tem o objetivo de proporcionar um tratamento mais pessoal às crianças doentes'. A iniciativa surgiu em 1986, quando o palhaço americano Michael Christensen fundou o Clown Care Unit, grupo de artistas treinados para levar alegria a hospitais de Nova York. Dois anos depois, o ator brasileiro Wellington Nogueira passou a integrar a trupe e, voltando ao Brasil, em 1991, desenvolveu o programa Doutores da Alegria no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, hoje Hospital da Criança, em São Paulo. De lá para cá, o número de pacientes atendidos só cresceu. São mais de 50 mil visitas anuais em São Paulo, no Recife e no Rio - na capital fluminense, mais de 30 crianças recebem a visita dos 'doutores' toda semana. O trabalho original do Clown Care Unit, que originou iniciativas semelhantes em países como França e Alemanha, já foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), que o incluiu entre as melhores práticas globais de solidariedade.

FILME : DOUTORES DA ALEGRIA


Doutores da Alegria é um documentário que apresenta a compilação de depoimentos que fomentam o interesse pelo tema.
Tendo como foco principal a trupe, autodenominada besteirologistas, há uma seqüência de divagações que procuram entender melhor o significado que cada um dá à sua profissão. Wellington começa falando que o clown é um arquétipo milenar da sociedade, personificado nas figuras do pajé, do bobo da corte (capaz de dizer as mais duras verdades ao rei sem ser degolado) e do próprio palhaço. Hoje, o fundador entende que a figura do palhaço não deve ficar restrita ao palco, ao circo, mas torna-se necessária em outras rodas, e o hospital foi a primeira iniciativa. Do ponto de vista dos atores o palhaço é um subversivo, que não tem medo de dizer as verdades. Ao invés de esconder a personalidade criança, a indumentária espalhafatosa traz à tona um universo repleto de descobertas e novas perspectivas. Graças a essa capacidade de olhar as situações por um outro prisma, estabelece-se uma nova dimensão a questões inerentes à vida.

Como se fosse uma história de ação, o filme também revela os percalços desse cômico labor. As piadas prontas, o riso fácil, são condenados pela maioria. Pra eles, a pior coisa é ser um mau comediante. Eles têm a plena consciência de que seu trabalho não serve de anestésico, mas ajuda o doente a entender e conviver melhor com seu problema. É um trabalho de fazer graça, não gracinha. E o fato de se travestir de palhaço não significa necessariamente uma aceitação imediata da criança. Alguns acamados sentem medo, outros começam a chorar. Na análise do grupo a porta do quarto de hospital é uma moldura, um meio de intercâmbio entre o mundo externo e o interno. Há muita coisa a se temer do desconhecido que vem de fora. Para o palhaço, a maior frustração é não causar o riso, é não se fazer perceber.

Para chegar ao rico campo que é a imaginação infantil, os Doutores da Alegria têm de passar por uma série de barreiras dentro do instituto farmacológico, como médicos de plantão, enfermeiras, atendentes. A câmera consegue captar a fácil interação entre uma ponta e outra. O grupo já entra fantasiado evitando resistências e trazendo desde o saguão a alegria do humor imprevisível. Cativam os funcionários, o que facilita o trabalho com os enfermos. Numa das falas, é dito que colocar o nariz vermelho é uma maneira de identificar que aquela pessoa está num outro campo interpretativo, que lhe permite fazer brincadeiras sem ofender o lado sisudo da verdade. É como se o nariz de palhaço fosse o crachá de identificação dos besteirólogos. Um dos chefes do Hospital das Clínicas admite que este ambiente deve ser asséptico somente do ponto de vista bacteriológico, o que comprova que hoje há uma aceitação maior em relação ao que era considerado antigamente uma macumba de hospital.

Doutores da Alegria é um filme que evita os histrionismos e os apelos fáceis. Há um cuidado em relação à descontração e ao improviso sem deixar a coisa mambembe. Tanto no espectro de quem atua quanto de quem filma. Ainda bem que Mara Mourão acertou a veia encontrando muita verdade nesse universo que parece de mentira.

Fonte: Érico Fuks é editor do site cinequanon.art.br
POEMAS ESPARADRÁPICOS

Poemas Esparadrápicos é uma antologia de poesia para crianças. Uma coleção de poemas diferente de qualquer outra. O seu diferencial é abandonar o formato livro e adotar o design de um rolo de esparadrapo onde estão impressos, em adesivos destacáveis, poemas de autores brasileiros de várias gerações. Contém 15 adesivos com poemas inéditos de 14 autores brasileiros, entre consagrados e inéditos.
OS SEGUNDOS SOCORROS

Para comemorar seus dez anos de atividade, os Doutores da Alegria lançaram "O Livro dos Segundos Socorros", pela Panda Books. O grupo de atores profissionais, que é pioneiro em levar alegria para crianças internadas em hospitais de São Paulo e do Rio de Janeiro, reuniu no título jogos e brincadeiras que podem ser feitas com os médicos, as enfermeiras e até com os pais. O livro traz o "Jogo do Mico", testes divertidos, adesivos para colar e muito mais!

SUGESTÃO DE FILME: UM GOLPE DO DESTINO







Sinopse: O filme focaliza a vida de um renomado cirurgião, por sinal, arrogante, egoísta e até mesmo indiferente aos seus pacientes, chegando a referir-se a eles como números, leito ou pela enfermidade que os acomete. Em sua vida pessoal percebe-se o afastamento criado entre ele e sua esposa, como também em relação ao seu filho, devido à falta de tempo e aos seus inúmeros compromissos.
Tudo isso começa a mudar depois que o doutor percebe que aquela tosse, ignorada a um certo tempo, começa a se agravar, chegando em certa ocasião a cuspir sangue. Quando se submete a exames específicos descobre, através de uma frase fria e direta, o que acometia sua garganta : “você tem câncer”.A partir desse momento o médico, antes seguro de si e auto-suficiente, passa a demonstrar fragilidade e angústia diante de seu quadro. Agora ele não se via mais na condição de médico e sim de paciente, assim, sente o que é enfrentar a burocracia e a indiferença dos médicos, o que é esperar por horas o resultado de um exame, o que significa ser apenas mais um número. Ao passo que vai percebendo o quanto está sendo maltratado como paciente, vai mudando seu comportamento, inclusive com seus próprios pacientes.